Você contrataria um profissional “GOAT” para sua equipe?
Por Victor Sampaio
O Super Bowl LV foi realizado no último domingo 07 de fevereiro e findou-se com a vitória do Tampa Bay Buccanneers, liderado pelo “GOAT” Tom Brady, ou seria G.O.A.T, nos Estados Unidos a expressão G.O.A.T no esporte é utilizada como abreviação de “Greatest Of All Times”, ou seja, “maior de todos os tempos”, já a palavra GOAT significa bode, a proximidade da expressão com a palavra, faz com que os fãs vinculem de forma carinhosa a imagem do melhor de todos os tempos com alguém em final de carreira, mas não com olhar de maldade, até porque todos concordam que Thomas Edward Patrick Brady Jr. possui o “Gift of God” (expressão utilizada pelos norte-americanos para pessoas que possuem algum dom especial presenteado por Deus), comparação esta, feita também sobre as figuras de Cristiano Ronaldo e Messi. Em março de 2020 após Tom Brady encerrar seu contrato com o New England Patriots, time o qual foi 6 vezes campeão do Super Bowl, grande parte da impressa e torcedores rivais consideravam que ele estava com sua carreira profissional em declínio, por conta da sua idade, 42 anos na época, ou por acharem que suas vitórias eram resultado do esquema de jogo e cultura da franquia do New England, desta parte faço um paralelo com o mundo coorporativo, quantas empresas renegam a contratação ou dispensam o profissional sênior por conta da sua idade e em grande parte, nunca vinculam o resultado positivo da empresa ao profissional sênior antigo de casa?
Mais uma vez o esporte demonstra ao mundo coorporativo a necessidade de reflexão, devemos sim dar mais atenção aos nossos profissionais seniores, acreditando que eles podem sim, ainda contribuir muito para o sucesso da corporação, não somente com sua experiência de mercado, mas também com uma perspectiva de análise 4.0, por que não, muitos jovens lideres consideram que por conta do profissional ser sênior, ele não possui mais a capacidade de aprender, não possui mais sonhos, não possui mais ambições, ou seja, está em estado latente e vegetativo, o que aconteceu domingo no Raymond James Stadium, excluindo o espetáculo, as estratégias e tudo aquilo vinculado a beleza do espetáculo esportivo, a história por trás do jogo foi uma aula de liderança colaborativa a ser aprendida e replicada para milhares de empresas, profissionais de RHs e líderes.
Muitos irão dizer que tal comparação é ridícula, comparar Tom Brady a outros mortais dentro do mundo coorporativo, sim, concordo, mas o que quero levar a todos como reflexão, não é discutir o “gift of god” de Tom Brady, até porque todos ganhamos nosso presente de Deus, só precisamos descobri-los e impulsioná-los, quero discorrer e analisar o que realmente aconteceu por trás de todo o espetáculo, o time de Tampa Bay em toda sua história desde a fundação, há 44 anos, até então haviam ganhado somente um título de Super Bowl no ano de 2002, nos dezoito anos posteriores se tornaram um time medíocre, as últimas 12 temporadas não conseguiram se quer classificarem para os playoffs, como um time consegue se erguer tão rapidamente, e mais, como grande parte dos jogadores desta temporada de 2020/21, como Devin White, Mike Evans e Shaquil Barret que estavam presentes no mesmo time a uma temporada anterior se tornaram destaques nesta temporada, a final de domingo, foi sim comandada por Tom Brady, mas o time de Tampa neutralizou o oponente, todos jogaram uma partida perfeita, e isso é o que intriga, como um time conseguiu tão rapidamente se unir em busca de um único objetivo e com tanta resiliência, simples, mudança de cultura sobre uma filosofia de colaboração.
O Líder Brady incorporou ao time não somente sua experiência de anos na carreira desportiva, mas principalmente a mudança de filosofia, ele incorporou ao time uma filosofia vitoriosa através da colaboração, onde todas as pessoas, departamentos, cargos, funções, são direcionadas em conjunto a um único resultado, a vitória, tal estratégia é vendida e empregada a anos dentro de várias corporações, mais pouquíssimas conseguem chegar ao êxito, em grande parte pela falta de uma estrutura de processos e mentorias que direcionem a todos sobre uma única base sólida e com um único foco, mas principalmente, a falta da presença de um líder experiente, que de o exemplo e que principalmente, participe das batalhas diárias ao lado de todos.
Descartar ou não contratar o profissional por sua idade, é renegar ao time a possibilidade de amadurecer e incorporar novas visões aliadas a antigas experiências de enfrentamento as crises, podemos estudar sobre filosofia, sobre neuropsiquiatria, podemos ler livros e mais livros de liderança, mas a experiência adquirida no nosso dia a dia corporativo com a convivência lado a lado com pessoas das mais variadas características e divergências de pensamentos, é o que nos proporciona uma base sólida e fundamentada sobre como lidar com os problemas e como unir e transformar um time medíocre em um time resiliente de alta performance e vitorioso.
O profissional GOAT nunca esteve tão em alta.
AMPLIARaMENTE, porque crescer juntos é bem melhor!
Tag:Course